terça-feira, 24 de novembro de 2009

Falso coma amarra homem à cama durante duas décadas.


Durante "todo este tempo eu tentava gritar, mas não havia nada para as pessoas ouvirem". É assim que o belga Rom Houben, de 46 anos, descreve o martírio de viver um falso coma e não conseguir comunicar com os médicos e as pessoas que o visitavam durante 23 anos.
Os médicos pensavam que estava em coma, mas Rom estava plenamente consciente. Durante mais de 20 anos, viu e ouviu tudo o que diziam à sua volta, mas não conseguia comunicar, noticiou ontem o jornal britânico ‘Daily Mail’.
O homem, que tinha 23 anos quando sofreu o acidente de viação que o deixou totalmente paralisado, foi submetido a vários exames utilizados para diagnosticar o coma, baseados em respostas motoras, verbais e oculares.
A sua salvação foi o médico neurologista Steven Laureys, que lhe fez exames com aparelhos de tomografia de última geração que mostraram que o seu cérebro estava, afinal, a funcionar normalmente.
Desde então, Rom Houben foi submetido a várias sessões de fisioterapia e já consegue digitar mensagens num computador. Um aparelho especial colocado sobre a cama permite que leia livros, mesmo deitado. 'Nunca me vou esquecer do dia em que descobriram o meu verdadeiro problema. Nasci pela segunda vez', contou Rom.
MILHARES DE CASOS IDÊNTICOS

Steven Laureys, o médico neurologista que descobriu que afinal Rom Houben estava consciente, garante que pode haver milhares de casos idênticos. 'Estima-se que entre três mil e cinco mil pessoas fiquem num estádio intermédio: continuam vivos sem nunca voltar', revelou Steven Laureys ao ‘Daily Mail’. Segundo o chefe do Grupo de Coma do Departamento de Neurologia da Universidade de Liège, 'só na Alemanha, todos os anos, cerca de cem mil pessoas sofrem lesões cerebrais traumáticas graves. Cerca de 20 mil são seguidas por um coma de três semanas ou mais. Alguns morrem, outros recuperam.' Em Portugal ficamos pelas estimativas de 2007, que apontavam para a existência de mais de 600 doentes em coma nos hospitais portugueses. A Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados (UMCCI), que na altura forneceu estes números, afirmou ao CM que não tinha dados actualizados.

1 comentário:

  1. Parabéns e graças ao seu médico, e á medicina e teologia destes países mais desenvolvidos; esse médico não devia ser médico de um centro de saúde..? como de Ponte de Lima

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